Um
envolvimento na
política da Itália
O futurismo foi um movimento fundado pelo poeta
italiano Fillippo Tomasso Marinetti, que redigiu um manifesto
e tentou espalhá-lo em 1909.
MARINETTI (Filippo Tommaso), escritor italiano
(Alexandria, 1876 - Bellagio, 1944), iniciador do movimento
futurista, cujo manifesto publicou no jornal parisiense Le
Figaro (20 de Fevereiro de 1909).
Nesse manifesto, já proclamava o fim da
arte passada e a ode à arte do futuro (futurismo, daí o nome do
movimento).
Com implicações políticas, buscava tornar a
Itália livre do peso de sua história e inserí-la no mundo moderno.
A dinâmica é
o centro
da arte
Ao poeta juntaram-se outros artistas -
principalmente poetas e pintores - como Umberto Boccioni
(1882 - 1916), Carlo Carrá (1881 - 1966), Giacomo Balla (1871
- 1958), Luigi Russolo (1885- 1947) e Gino Severeni (1883 - 1950).
BOCCIONI (Umberto), pintor e escultor italiano (Reggio di
Calabria, 1882 - Verona, 1916), importante no movimento futurista.
CARRÀ (Carlo), pintor italiano (Quargnento, 1881 - Milão,
1966). Militou no futurismo, nos metafísicos, mas regressou às
tradições nos anos 20. Participou das Bienais de São Paulo com
destaque em sala especial.
Em Abril de 1910 era lançado um manifesto da
pintura futurista, seguido por um manifesto da escultura futurista em
1912 e um livro sobre seus objectivos em 1914 (Pinttura, Scultura
Futurista, Milão) os dois últimos escritos por Boccioni.
O movimento, a velocidade, a vida moderna, a
violência, as máquinas e a quebra com a arte do passado eram as
principais metas do futurismo.
Somente a forma e a cor não mais bastavam
para representar o dinamismo moderno, como se lê no manifesto de 1910:
«Deve ser feita uma limpeza radical em todos os
temas gastos e mofados a fim de se expressar o vórtice da vida moderna
- uma vida de aço, febre, orgulho e velocidade vertiginosa.»
Até 1912, as influências maiores na maneira
como davam formas artísticas às suas ideias era a dos impressionistas
e pós-impressionistas, artistas que já apresentavam certa preocupação
em representar o dinamismo.
O mundo
moderno e a
velocidade
Após 1912, uma exposição em Paris marca a
hegemonia da influência cubista sobre a arte do grupo.
Os artistas futuristas deparavam-se com o
sério problema de representar a velocidade em objectos parados.
As soluções normalmente foram a representação
de seres humanos ou animais com múltiplos membros dispostos
radialmente e em movimento triangular.
Forças mecânicas ou físicas eram fontes
temáticas bastante frequentes, em especial nos primeiros trabalhos
futuristas.
«Automóvel e Ruído», de Balla ou «O que o
Bonde me contou», de Carrá, são bons exemplos desses quadros.
Talvez Boccioni, uma das principais forças do
futurismo, tenha sido o artista mais bem-sucedido na representação da
velocidade.
«Formas Únicas de Continuidade no Espaço»
transmite o efeito de projeção no espaço, diferenciando-se, de acordo
com Herbert Read, em História da Pintura Moderna, do vigor
dinâmico
barroco, por não mais gravitar em torno de si).
A influência
das guerras nos
movimentos artísticos
A Primeira Grande Guerra Mundial e a morte de
Boccioni em 1916, ferido no conflito, foram golpes decisivos no
movimento futurista que acabou se dissolvendo.
Entretanto, os futuristas deixaram
contribuições importantes para a arte do Século 20, seja no futurismo
russo, composto por artistas como Malevitch, ou no
dadaismo.
MALEVITCH ou MALIEVITCH (Kazimir), pintor russo (Kiev,
1878 - Leningrado, 1935). Precursor da arte abstracta, expôs, já em
1918, seu quadro intitulado Quadrado branco sobre fundo branco.
Também teve grande influência para artistas
importantes como Marcel Duchamp e Robert Delaunay em
atentá-los para a representação do movimento que acabaria marcando os
estilos característicos dos artistas.
DUCHAMP (Marcel), pintor francês (Blainville, 1887 –
Neuilly-sur-Seine, 1968). Inicialmente influenciado pelo Cubismo (5),
teve depois participação importante no movimento dadá e no
surrealismo. Tendo-se fixado nos E.U.A., dedicou-se à "antiarte" e
em 1914 criava o primeiro ready-made. Suas pesquisas viriam a
exercer influência na "pop-art".
DELAUNAY (Robert), pintor francês (Paris, 1885 – Montpellier,
1941). A seu ver, o quadro devia ser uma organização rítmica baseada
numa selecção de planos coloridos.
De qualquer forma, ambos se situaram entre os
pioneiros a chamar a atenção para a nova vida que se punha à frente do
a essa nova vida (como as máquinas).
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