O Surrealismo foi um Movimento fundado pelo poeta
André Breton que a princípio tinha apenas expressão literária e
caminhava ao lado do
Dadaismo.
BRETON (André), escritor francês (Tinchebay, 1896 - Paris,
1966), e um dos fundadores do surrealismo. Em seu Manifesto do
surrealismo, publicado em 1924, prega o não-conformismo e propõe
a fórmula de criação chamada "automatismo psíquico", segundo a qual
compôs a novela Nadja (1928). Em seu Segundo Manifesto do
Surrealismo (1930), reafirma a fidelidade ao movimento.
Posteriormente, Breton foi reunindo, em torno
de si, artistas plásticos, muitos saídos do movimento Dadá, que já
anunciava sua morte nos anos 20.
A ênfase no carácter poético, mesmo quando
passou para a
pintura e a escultura sempre foi uma de suas principais
características. Aliás, segundo alguns críticos, os pontos mais fortes
do Surrealismo é mesmo a poesia devido ao forte apelo das imagens na
descrição de aspectos subconscientes.
O Surrealismo foi profundamente ligado a uma
filosofia de pensamento e acção, em que a liberdade era extremamente
valorizada. Apesar de seu activismo e até incongruência serem bem
próximos ao dadaísmo, difere-se deste principalmente por ter uma
vocação construtiva que faltava ao seu antecessor.
Mesmo após ter sido extinto enquanto
movimento, muitos artistas prosseguiram realizando suas obras a partir
de suas premissas, como Miró, Dali e Hans Arp.
ARP (Hans), escultor francês (Estrasburgo, 1887 - Basiléia,
1966). Representante da arte abstracta, participou da decoração da
sede da UNESCO em Paris.
É considerado o movimento mais forte e
controverso do período entre guerras, tendo se espalhado pelo mundo
inteiro e influenciado várias gerações.
Além da França, foi especialmente forte nos
EUA, inspirando, por exemplo, o
Expressionismo Abstracto, principalmente pelo fato de que muitos
artistas europeus acabaram se refugiar no país durante a Segunda
Guerra.
Desde o começo do movimento, Breton pretendia
afinar a
arte com a política contemporânea. Em 1925, no quinto número da
Revista La Révolution Surréaliste, o artista já anuncia a adesão do
Movimento ao Comunismo.
O Surrealismo pretendia explorar a força
criativa do subconsciente, valorizando um anti-racionalismo, a livre
associação de pensamentos e os sonhos, norteado pelas teorias
psicanalíticas de Freud.
O automatismo, que buscava lograr o controle
da mente racional através da expressão de um pensamento que não
passasse por censuras, era uma das técnicas utilizadas pelos
surrealistas.
Seguindo a tradição dos demais movimentos do
Século 20, o Surrealismo era composto por grandes individualidades,
que lhe deram importantes e diferenciadas contribuições.
Seus principais expoentes foram: Hans Arp,
Joan Miró, Kurt Schwitters, Marcel Duchamp, Max Ernst, Salvador Dali,
André Masson, René Magritte, entre outros.
ARP (Hans), escultor francês
(Estrasburgo, 1887 - Basiléia, 1966).Representante da arte abstrata,
participou da decoração da sede da UNESCO em Paris.
MIRÓ (Joan), pintor espanhol (Barcelona, 1893 - Palma
de Mallorca, 1983). Autor de composições a princípio surrealistas,
depois abstratas.
DUCHAMP (Marcel), pintor francês (Blainville, 1887 –
Neuilly-sur-Seine, 1968). Inicialmente influenciado pelo Cubismo (5),
teve depois participação importante no movimento dadá e no
surrealismo. Tendo-se fixado nos E.U.A., dedicou-se à "antiarte" e
em 1914 criava o primeiro ready-made. Suas pesquisas viriam a
exercer influência na "pop-art".
ERNST (Max), pintor francês de origem alemã (Brühl, 1891 –
Paris, 1976). Tomou parte ativa no movimento dadaísta e, depois, no
surrealista.
MASSON (André), pintor francês (Balagny-sur-Thérain,
1896 - Paris, 1987). Surrealista, decorou o teto do teatro Odéon, em
Paris (1965).
MAGRITTE (René), pintor belga (Lessen, 1898 -
Bruxelas, 1967), um dos principais representantes do surrealismo.
(V. SURREALISMO.)
Além disso, parte da incongruência associada
ao movimento, além das diferenças pessoais entre seus vários membros,
devia-se a pelo menos duas fortes e contraditórias tendências do
Surrealismo.
Uma delas se achava mais próxima ao dadaísmo
e era mais niilista, contrária a todos os conceitos de arte
tradicional (exemplificada por Marcel Duchamp). Quanto à outra, estava
ainda sendo guiada por valores estéticos (que pode ser representada,
por exemplo, por Salvador Dali e Magritte).
O alto grau de beleza estética que os
trabalhos possuíam também eram considerados, de certa forma,
contraditórios ao princípio do acaso e do automatismo como métodos de
produção.
O frottage, desenhos a partir de "decalques"
sobre superfícies irregulares e a colagem, montagens predominantemente
incongruentes, eram alguns métodos utilizados pelos surrealistas para
explorar suas potencialidades inconscientes.
Os principais adeptos do primeiro método eram
Max Ernst (inventor do método, entre suas obras, "Histoire naturelle",
de 1929), Miró e Masson, enquanto expressivos trabalhos de collage
foram realizados por Kurt Schwitters e até pelo poeta André Breton.
Uma das muitas provas de que as influências do
Surrealismo extrapolaram as fronteiras de um movimento (além da
inspiração que forneceu a vários artistas e gerações) pode ser
exemplificada por obras de Picasso, como Guernica, bastante próximas
das premissas artísticas propostas pelos surrealistas, apesar de ele
mesmo nunca ter pertencido ao grupo.
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