Em texto para o catálogo da mostra de suas
colecções, realizadas no Musée des Arts Décoratifs de Paris, em 1967,
o pintor Jean Dubuffet (1901-1985) escreveu: "Iniciadas em 1945, as
colecções de Art Brut são constituídas por obras de pessoas estranhas
ao ambiente cultural e resguardadas de suas influências.
Os autores
dessas obras têm, em sua maioria, uma instrução rudimentar. Em outros
casos conseguiram, por perda de memória ou por disposição de espírito
fortemente contraditória, libertar-se do magnetismo da cultura e
reencontrar uma fecunda ingenuidade". Lembra ainda que "uma boa parte
das obras recolhidas - mais ou menos a metade - é de autores que a
polícia ou os psiquiatras denunciaram como anti-sociais ou desprovidos
de cidadania".
A primeira mostra de sua colecção, que se encontra hoje
no Museu de Lausanne, foi realizada em 1949, ano em que Dubuffet teria
cunhado a expressão Art Brut, traduzida no Brasil por Arte Incomum.
Para Victor Musgrave, o conceito de Art Brut foi criado "em oposição à
estrutura hierárquica do mundo artístico, que é mantida por um sistema
educacional abortivo, uma conspiração entre artistas e críticos,
intermediários e compradores, e uma falsa santidade em museus e
galerias". Artistas mais destacados: Adolf Wölfli (1864-1930), Aloïse
(1886-1964), Muller, Scottie Wilson (1888-1972), Joseph Ferdinand
Cheval (1836-1924), Madge Gill (1882-1961) e Verbena. No Brasil:
Eli Heil (1929),
Antonio Porteiro (1925),
Fernando Diniz (1918-1999) e
Arthur Bispo do Rosario (1911-1989).
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