O retorno da arte ao realismo tem início na metade da
década de 1960. Firmando-se na Europa e nos Estados Unidos entre 1969
e 1972, o realismo seria uma tendência permanente em alguns países,
renovando-se em contacto com outros conceitos de arte.
A onda realista
recupera o realismo socialista e os realismos euro-norte-americanos
das duas décadas que antecederam a II Guerra Mundial, e realismos
passados, como os de Vermeer e Courbet.
No catálogo da mostra Realismo
Relativista, Jean Leering enumera uma dúzia de realismos, mas Udo
Kulterman, autor do primeiro livro sobre a nova tendência, diz que o
realismo actual somente é possível em sociedades como a
norte-americana ou em centros urbanos modernos, sublinhando o papel
determinante jogado pela fotografia. Esta é, de fato, o seu subsolo.
"O verdadeiro tema do hiper-realismo", diz Pierre Schneider, "não é a
vida, mas a fotografia que fuzila a vida em pleno voo. Entre a pintura
e o mundo, a câmara interpõe seu olho inumano e glacial. "
O
hiper-realismo retira o frémito de vida: o movimento na escultura, a
profundidade na pintura. As esculturas lembram figuras de museu de
cera, com seu olhar gelado e fantasmático, e animais empalhados.
Paralisia do olhar. O efeito de uma tela hiper-realista é o de uma
"familiaridade desviada", pois "em um mesmo movimento, o objecto se
oferece na maior familiaridade e em sua estranheza mais
desconcertante, em seu imediatismo e em seu distanciamento". Artistas
mais destacados: Richard Estes, Ralph Goimgs, Bechtle, Pearlstein,
Lowell Nesbit, Duane Hansom, Chuck Close, De Andrea, Stampfli, Gnoli,
Aillaud, Schloser e Gafgen. No Brasil: Glauco Rodrigues, Gregório
Gruber e Armando Sendin.
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